domingo, 30 de março de 2014

Tarte de avelã, chocolate e bolacha

Quem não gosta da associação da avelã com o chocolate? Cá em casa é um must, e adoramos ter no frigorífico o creme vegan de avelãs com cacau (receita do Nem Acredito que é Saudável). Para variar, desta vez usei estes dois sabores numa tarte decadente, usando a base para tartes do La Cuisine d'Anna et Olivia.

Para dar um toque crocante (que tão bem resultou no Bolo chiffon de cacau recheado com musse de chocolate e bolacha), acrescentei ao chocolate do recheio as bolachas Maria caseiras, desfeitas em pedaços.




Ingredientes:

Base

150 g de farinha de trigo integral
100 g de miolo de avelãs
1 colher de chá de fermento
1 pitada de sal
1 colher de sopa de açúcar amarelo
80 ml de óleo de linhaça
100 ml de água quente

Recheio

250 g de chocolate preto (sem lactose)
100 g de bolacha tipo Maria
200 ml de nata de soja
50 ml de leite de soja
1 colher de sopa de óleo de linhaça
1 colher de sopa de açúcar amarelo


Começar por fazer a base, triturando as avelãs no liquidificador.

Misturar todos os ingredientes secos - as avelãs em pó, a farinha, o sal, o fermento e o açúcar. Abrir uma cova no meio.

Verter os líquidos e misturar bem. Tapar com película aderente e guardar no frigorífico durante 30 minutos.

Após esse tempo, esticar a massa com as mãos, cobrindo o fundo e os lados da tarteira. Cobrir com papel vegetal e feijões secos. Levar ao forno a 200º durante 25 minutos.

Entretanto, derreter o chocolate em banho-maria, juntamente com óleo de linhaça. Deixar derreter o chocolate sem mexer e verter por cima o leite de soja a ferver. Deixar repousar alguns minutos.

Adicionar então a nata de soja e o açúcar amarelo e mexer bem. Desfazer as bolachas em pedaços pequenos e juntar.

Verter o recheio na base da tarte. Tapar com papel de alumínio e levar ao frigorífico pelo menos 4 horas ou de um dia para o outro.






sexta-feira, 28 de março de 2014

Salada de cevada com frango, legumes e goji

Mais uma receita de inspiração dinamarquesa, em que a cevada faz a base de uma salada saborosa e saudável. Foi a minha última refeição em Copenhaga e escrevi todos os ingredientes, para não me esquecer de nenhum quando quisesse replicar a receita.

É uma excelente forma de aproveitar restos de frango cozinhado e pode ser usada como entrada ou como prato principal. Neste caso, utilizei um resto do frango com endro, mas qualquer outra receita de frango pode funcionar, inclusivamente restos do nosso tradicional frango assado.

Para além disso, é uma receita bem saudável, com a qual participo no desafio do primeiro aniversário do Prazeres Saudáveis.





Ingredientes:

285 g de cevada cozida
100 g de restos de frango assado
40 g de pimento verde
75 g de tomate cereja
50 g de aipo
4 azeitonas verdes
20 g de bagas goji 
2 colheres de sopa de salsa picada
1 colher de sopa de menta picada
Sal
Pimenta
Azeite


Demolhar as bagas goji em água a ferver durante 30 segundos. Escorrer e colocar numa taça de vidro, juntamente com a cevada e a salsa e a menta picadas.

Cortar o frango em cubinhos pequenos, bem como o pimento e o aipo. Juntar à cevada.

Descaroçar as azeitonas e lavar em duas ou três águas, para retirar o excesso de sal. Picar e juntar à salada.

Cortar o tomate cereja em quartos e adicionar. Temperar com sal e pimenta a gosto. Finalizar com um fio de azeite.

Misturar bem e servir.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Torricados com cavala em molho de azeitonas e limão

No dia 22 de março, fui ao Mercado 31 de Janeiro, em Lisboa, pelas 10 horas da manhã para participar numa aula de culinária gratuita. "Cozinhar com cavala, o melhor do nosso mar" era o título do evento, conduzido pela Chef Patrícia Borges, da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar.

Quando me inscrevi através da Junta de Freguesia de Arroios, promotora do evento, e dado que era uma aula gratuita, imaginei que a assistência ficasse apenas a observar a confeção das receitas. Nada disso! A Docapesca chegou-se à frente e forneceu os peixes: umas senhoras cavalas - as verdadeiras cavalonas -, com cerca de dois quilos, que amanhámos, limpámos, cortámos em lombos.

A seguir, observámos e participámos na confeção de duas receitas - canapés de cavala em conserva sobre cama de pasta de azeitonas; e filetes de cavala em molho de limão e alcaparras com arroz carolino com leite de coco.

A cavala (conhecido em inglês como mackerel e em francês maquereau) é um peixe rico em óleos essenciais - como o ómega 3 e o ómega 6 -, vitaminas A, B, C, D e E, antioxidantes  e minerais como o cálcio, o ferro, o magnésio, o fósforo e o potássio.

Para além de todos os benefícios que tem para a saúde, apregoa ainda outras importantes vantagens - é uma espécie abundante, que não está ameaçada de extinção como outras que continuamos a comer, vive feliz nas águas portuguesas e é muito barata.

Cereja no topo do bolo - não tem escamas! O que torna o processo de amanhar o peixe muito mais fácil.

Foi um evento bem passado, em que até participou o ator Paulo Pires (as velhotas do mercado ficaram aos pulos!), e numa hora tinha aprendido algumas coisas novas, que me fizeram chegar a casa e confecionar esta entrada.

Para uma versão mais completa deste texto, vejam este post do Portugalize Me.




Ingredientes:

5 fatias de pão de abóbora com sementes
5 lombos de cavala
10 azeitonas verdes
Sumo de um limão grande
80 ml de vinho branco
2 colheres de sopa de farinha de milho
Sal
Pimenta
Azeite


Descaroçar as azeitonas e passar por água duas ou três vezes, para retirar o excesso de sal. Picar em pedacinhos bem pequenos.

Temperar os lombos de cavala com sal e pimenta. Deixar repousar 30 minutos.

Colocar a farinha de milho num prato e passar os lombos, cobrindo completamente o peixe com a farinha.

Aquecer um fundo generoso de azeite numa frigideira pequena. Quando o azeite estiver bem quente, colocar os lombos e deixar dourar de um lado. Quando virar os lombos, acrescentar as azeitonas picadas e o sumo do limão.

Deixar dourar do outro lado. Voltar a virar uma vez de cada lado, retirar - a cavala coze muito rápido,  todo o processo dura cerca de 6 minutos - e deixar escorrer sobre papel absorvente.

Entretanto, juntar à frigideira o vinho branco e deixar reduzir em fogo médio-alto, mexendo de vez em quando. Quando o líquido tiver reduzido para metade, retirar do lume e pincelar as fatias de pão com este molho.

Colocar um lombo de cavala em cima de cada fatia de pão; por cima, verter uma colher de sopa de molho, procurando apanhar as azeitonas.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Semlor ou pães doces recheados

O desafio do Bake The World para o mês de março foi este - os semla (no singular) ou semlor (no plural), pãezinhos doces suecos que tradicionalmente se comiam na terça feira de carnaval, antes de começar o jejum da quaresma.

Não podia deixar de participar, porque adoro receitas diferentes, porque ando fascinada com a cozinha escandinava, e ainda por cima, como bónus, participo com esta receita no sorteio do livro Pan Casero, de Ibán Yarsa (que confesso que adorava ganhar!).

Usei como referência a receita do site Sweden, que não só fornece as indicações necessárias, como dá informações interessantes acerca deste pão, que se encontra por todo o lado na Suécia. Entretanto, deixou de ser comido apenas na terça feira gorda, para passar a ser comido como se não houvesse amanhã. É, para os suecos, o acompanhamento habitual do café durante o inverno (pelo que percebi, podemos dizer que é o equivalente ao nosso pastel de nata).

Claro que tive que fazer algumas adaptações, para fazer semlor sem lactose, e como de costume usei uma parte de farinha integral, o que lhes deu uma consistência deliciosa.





Noite do primeiro dia:

40 g de isco de trigo integral
80 g de farinha de trigo branca
80 g de água tépida


Misturar tudo numa taça de vidro e tapar com um saco de plástico. Deixar repousar à temperatura ambiente durante 12 horas.


Manhã do segundo dia:

Mistura do dia anterior
50 ml de óleo de linhaça biológico
150 ml de leite de soja
3 vagens de cardamomo castanho
Raspa de uma laranja pequena
250 g de farinha de trigo branca
50 g de farinha de trigo integral
45 g de açúcar branco
Uma pitada de sal


Abrir as vagens dos cardamomos, retirar as sementes e esmagar no almofariz.

Juntar as farinhas, o cardamomo, a raspa de laranja, o sal e o açúcar. Envolver bem e abrir uma cova no meio.

Aquecer ligeiramente o leite de soja. Adicionar à mistura do dia anterior, juntamente com o óleo de linhaça. Misturar bem e verter na cova aberta na farinha.

Cobrir o líquido com a farinha que fica nas margens, tapar com o saco de plástico e deixar repousar alguns minutos.

Bater na batedeira profissional à velocidade 2 durante 8 minutos.

Lavar a taça usada no dia anterior e untar com óleo de linhaça. Colocar aí a massa, dando-lhe uma volta sobre si mesma para ficar coberta de óleo. Tapar com o saco de plástico e deixar repousar 3 horas.

Ao fim dessas horas, dividir a massa em 10 bolinhas. Colocar em tabuleiros forrados com papel vegetal.

Tapar com um pano húmido e deixar repousar mais 3 horas e meia.


Tarde do segundo dia:

1 ovo
60 g de miolo de amêndoa sem pele
1/2 colher de chá de sumo de limão
60 ml de leite de soja
1 colher de sopa de açúcar em pó
100 g de chantilly de coco


Aquecer o forno a 250º. Bater o ovo e pincelar os pães.

Colocar os pãezinhos na parte inferior do forno e deixar cozer durante 10 minutos. Colocar na parte superior e deixar cozer mais 2 minutos.

Retirar do forno e deixar arrefecer.

Cortar o "chapéu" dos pãezinhos. Retirar com cuidado o miolo.

Misturar o miolo com o leite de soja. Juntar as amêndoas trituradas, uma colher de sopa de açúcar em pó e algumas gotas de sumo de limão. Rechear cada pão com uma colher desta mistura.

Por cima, colocar um pouco de chantilly de coco e pousar por cima o chapéu.









terça-feira, 25 de março de 2014

Bolo chiffon recheado com musse de chocolate e bolacha - Desafio Alfabeto Dulce

As bolachas Maria que fiz recentemente olhavam para mim a piscar-me o olho. Pensava no Alfabeto Dulce do Cook the Cake, que este mês nos desafiou a criar receitas com bolachas. Não se queriam receitas de bolachas (dessas tenho eu muitas) - mas receitas COM bolachas.

E vi na minha mente a imagem do que queria fazer. Um bolo de chocolate em camadas, em que o interior fosse uma musse de chocolate bem intensa, com bolachas em pedaços a dar a textura crocante.

O jantar com amigos que tínhamos no fim de semana foi a desculpa perfeita. E assim veio ao mundo este bolo decadente, para lá de delicioso, que me parece que pode servir lindamente como bolo de aniversário. Gosto do aspeto meio despido - um pouco na onda dos naked cakes - para ir contra esta moda que se instalou dos bolos completamente cobertos de pasta de açúcar, cheios de bonequinhos. É verdade que são bonitos, mas alguém realmente come aquela cobertura?

(Ou então sou eu que tenho a mania de ser do contra. Vá-se lá saber...)

Com esta receita, participo também no desafio do Telita da Cozinha com a Odisseias!




Ingredientes:

Musse

200 g de chocolate preto (sem lactose)
2 colheres de sopa de água
2 colheres de sopa de nata de soja
75 g de açúcar amarelo
4 ovos
1 colher de chá de aroma de baunilha
1 pitada de sal
150 g de bolacha tipo Maria

Bolo

115 g de farinha de trigo branca
30 g de amido de milho
150 g de açúcar amarelo
45 g de cacau magro em pó
1 colher de chá de fermento
1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio
80 ml de óleo de girassol
5 ovos
120 ml de água
1 colher de sopa de aguardente velha
1 colher de chá de aroma de baunilha
1 pitada de sal


Começar por fazer a musse, derretendo o chocolate em banho-maria, juntamente com a água e a nata de soja.

Entretanto, esmagar as bolachas até obter pedacinhos pequenos.

Quando o chocolate derreter, juntar o açúcar e misturar. Adicionar as gemas, mexendo sempre, e deixar cozinhar em banho-maria durante 5 minutos.

Retirar do lume e juntar as bolachas picadas e a baunilha. Continuar a mexer até amornar.

Bater as claras em castelo. Quando começarem a formar espuma, juntar uma pitada de sal. Continuar a bater até ficarem bem firmes.

Juntar a mistura anterior às claras em castelo, mexendo cuidadosamente até obter uma mistura homogéna.

Verter para uma taça de vidro e levar ao congelador enquanto se prepara o bolo.

Para o bolo, juntar numa taça a farinha, o amido de milho, o cacau, o fermento e o açúcar. Envolver cuidadosamente com uma colher de pau.

Abrir uma cova na mistura dos ingredientes secos. Aí, verter o óleo e envolver com a colher de pau. Juntar então as gemas e continuar a mexer.

Finalmente, adicionar a água, a baunilha e a aguardente velha. Mexer com a colher até obter um creme.

Bater as claras em castelo. Quando começar a formar espuma, adicionar o sal e o bicarbonato de sódio. Continuar a bater até ficarem bem firmes.

Juntar então o creme em fio às claras, mexendo cuidadosamente com uma espátula, usando movimentos delicados e rodando sempre para o mesmo lado.

Verter a mistura para uma forma de aro não untada e levar ao forno a 170º durante 50 minutos.

Depois de colocar o bolo no forno, retirar a musse do congelador e passar para o frigorífico.

Quando o bolo estiver cozido, retirar do forno, inverter a forma sobre duas tacinhas e deixar arrefecer, virado de cabeça para baixo.

Quando tiver arrefecido completamente, desenformar. Cortar em dois, no sentido longitudinal. Se necessário, nivelar com uma faca a parte superior.

Cobrir a base da forma com uma folha de papel vegetal. Por cima, colocar a metade inferior do bolo. Voltar a fechar o aro.

Por cima, espalhar cuidadosamente a musse, alisando a superfície. Colocar a metade superior do bolo por cima e pressionar ligeiramente. Tapar com papel de alumínio, colocar no frigorífico e deixar de um dia para o outro.

No próprio dia, fazer a decoração desejada.

No bolo que se vê na imagem, usei chantilly feito com leite de coco e estrelinhas para decoração de bolos.



A fatia - vêem as bolachas no meio da musse?






segunda-feira, 24 de março de 2014

Cevada e cogumelos com ovo escalfado

Uma das razões pelas quais escolhemos Copenhaga como destino nas férias do Carnaval foi o meu interesse pelo movimento da Nova Cozinha Nórdica, que se baseia na ideia de sustentabilidade, procurando retirar o melhor partido dos ingredientes locais (podem ver-se os seus princípios aqui). Assim, marcam presença as bagas e ervas silvestres dos mais variados tipos, vegetais e tubérculos desses climas frios, certas formas de preparar o peixe, determinados enchidos como a barriga de porco, entre outros ingredientes suculentos, sempre com um espírito descontraído, sem pretensiosismo.

O restaurante Noma - durante alguns anos considerado pelo The World's 50 Best Restaurants o melhor restaurante do mundo  - e o seu chef, Rene Redzepi - que já foi capa da Time -, foram responsáveis pela sua difusão internacional. Um pequeno aparte curioso - um dos seus cozinheiros é português!

Um restaurante memorável (e bastante mais acessível em termos de preço) dentro desta linha é o Manfreds & Vin, que aconselho vivamente. Neste wine bar, todos os vinhos e ingredientes usados são biológicos e os legumes têm um destaque particular. No menu de degustação do chef, que nós experimentámos, há sete pratinhos para partilhar - dois com carne, um com peixe, e os restantes vegetarianos.


Para quem ainda acha que os legumes são assim uma coisa desinteressante, devia experimentar este restaurante - desde a salada de maçã grelhada com nozes com que começou o nosso menu, o desfile de iguarias é impressionante, sempre acompanhado por um pão divinal, feito no local com isco selvagem.

Depois da salada veio uma beterraba cor-de-laranja marinada, seguida de alho francês braseado envolto em fatias finíssimas de barriga de porco, tupinambo assado no forno acompanhado com maionese de anchovas (que se vê na imagem), ovo escalfado com cevada e cogumelos, cenouras caramelizadas com rebentos fermentados e vitela cozinhada a baixa temperatura.

Uma refeição fantástica, da qual tirei várias ideias, como a receita de hoje.





Ingredientes:

2 ovos
265 g de cogumelos brancos
4 dentes de alho
175 g de cevada cozida em água e sal
4 azeitonas verdes
1 colher de sopa de salsa picada
Sal
Pimenta
Azeite


Picar os alhos finamente. Cortar os cogumelos em fatias, e depois em tiras. Picar de novo, de modo a obter pequenos cubinhos. Descaroçar as azeitonas e picar em pedacinhos pequenos.

Num fio de azeite, fritar ligeiramente os alhos. Juntar os cogumelos, envolver bem. Baixar para lume brando, tapar e deixar cozinhar.

Quando os cogumelos tiverem libertado a sua água, adicionar a cevada cozida e envolver, deixando refogar durante um minuto. Desligar o lume e deixar tapado durante 10 minutos, para os sabores casarem.

Voltar a levar a lume brando. Temperar com sal e pimenta e envolver a salsa picada. Abrir duas cavidades na mistura e abrir os ovos sobre elas. Salpicar por cima dos ovos um pouco de flor de sal e espalhar as azeitonas picadas.

Voltar a tapar e deixar cozinhar em lume brando até a clara estar cozida.



                                 Os canais


Bairro de Christianshavn - as cores e as bicicletas



Vista aérea de Copenhaga


domingo, 23 de março de 2014

Pão de abóbora com sementes

Inspirada pelos maravilhosos pães dinamarqueses, de que já falei aqui, resolvi experimentar fazer um pão de abóbora. Motivada pelo sucesso do pão de batata húngaro e do pão de espelta e lentilhas, resolvi usar o mesmo procedimento com a abóbora.

O resultado foi uma massa bastante húmida, difícil de trabalhar, e que teve que ser cozida em formas de bolo inglês. Mas valeu a pena o trabalho, porque saiu um pão delicioso, bastante próximo de alguns que experimentei em Copenhaga.




Noite do primeiro dia:

120 g de isco de trigo
200 g de farinha de trigo branca
205 g de água tépida

Misturar tudo numa taça de vidro. Tapar com um saco de plástico e deixar repousar 12 horas à temperatura ambiente.


Manhã do segundo dia:

Mistura do dia anterior
450 g de abóbora descascada e cortada em cubos
80 g de farinha de trigo integral
625 g de farinha de trigo branca
45 g de sementes de abóbora
12 g de sal fino
1 colher de sopa de mel
Óleo de amendoim qb


Cozer a abóbora em água abundante com uma pitada de sal. Escorrer, reservando o líquido da cozedura. Reduzir a abóbora a puré com a varinha mágica. Deixar arrefecer ambos até estarem quase à temperatura ambiente.

Juntar as farinhas, as sementes e o sal e misturar bem. Adicionar o puré já frio e envolver. Abrir uma cova no meio.

À mistura do dia anterior, juntar o mel e 135 g da água da cozedura da abóbora. Misturar bem e verter na cova aberta nas farinhas. Tapar o líquido com a farinha que fica nas extremidades, cobrir com o saco de plástico e deixar repousar alguns minutos.

Bater na batedeira profissional à velocidade 2 durante 8 minutos. A massa será bastante húmida, portanto não vai formar bola.

Lavar a taça usada no dia anterior e untar com óleo de amendoim. Colocar aí a massa. Tapar com o saco de plástico e deixar repousar 3 horas.

Dar umas voltas à massa. Dividir em duas partes iguais, que se colocam em duas formas grandes de bolo inglês. Cobrir com um pano húmido e deixar repousar mais 4 horas.

Aquecer o forno a 230º. Levar o pão ao forno. Deixar cozer 15 minutos, após o que se baixa a temperatura para 200º.

Após 30 minutos, desligar o forno e deixar o pão no seu interior mais 10 minutos a terminar a cozedura.

Retirar do forno e deixar arrefecer antes de fatiar.

sábado, 22 de março de 2014

Salmão com molho de agriões

A Tertúlia da Susy começou o desafio da Escolha do Ingrediente e este mês a Cozinha Aromática propôs o ingrediente - salmão.

Cá em casa adoramos salmão, por isso não foi difícil responder! Fui buscar mais uma receita ao caderninho, uma daquelas que já não fazia há anos. Reza assim:




Ingredientes:

4 lombos de salmão
2 dentes de alho
1 cebola pequena
1/2 molho de agriões (folhas e talos, num total de 130 g)
100 ml de leite de soja
200 ml de caldo de legumes caseiro
1 colher de chá de farinha de trigo integral (ou farinha de arroz, para uma versão sem glúten)
Sal
Pimenta
Azeite


Temperar o salmão com um dente de alho picado, sal e pimenta. Reservar.

Picar a cebola finamente e refogar num fio de azeite, usando uma panela anti-aderente. Adicionar a farinha e mexer, deixando cozinhar um minuto.

Juntar o leite de soja e o caldo de legumes. Quando começar a fervilhar, baixar para lume brando e deixar cozer, mexendo regularmente, durante 5 minutos.

No liquidificador ou no processador de alimentos, juntar este molho com um dente de alho e os agriões. Triturar bem até obter um molho verde.

Verter de novo para a panela e levar a lume brando durante 10 minutos.

Aquecer um fio de azeite numa frigideira em fogo esperto e dourar o salmão 4 minutos de cada lado.

Servir o salmão com o molho por cima (o restante molho pode ser utilizado numa massa). Acompanhar com uma salada tipo tabouleh.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Bolacha tipo Maria

Andava à procura de uma receita simples de bolacha, tipo bolacha Maria, que servisse para vários efeitos - não só para comer, claro, mas também para sobremesas como salame de chocolate ou tartes com base de bolacha. São também as bolachas que normalmente se dão às crianças, por serem aquelas com menor quantidade de gordura.

Normalmente, a bolacha Maria disponível no mercado contém lactose. Algumas marcas, raras, apresentam produtos apenas com vestígios de leite, mas com gorduras vegetais não especificadas. Sobretudo quando estamos a falar das crianças, o melhor é sabermos exatamente o que lhes damos para comer, certo? E portanto o melhor é fazer as bolachas em casa.

Usei nestas óleo de linhaça biológico, que tem uma cor dourada maravilhosa, farinha integral, e pouco açúcar. A receita foi uma adaptação do Patrícia is Cooking, que em vez de açúcar, usou tâmaras, o que também me parece uma excelente ideia!




Ingredientes:

340 g de farinha de trigo integral
125 g de açúcar amarelo
125 ml de óleo de linhaça
50 ml de nata de soja
50 ml de leite de soja
1 colher de chá de fermento
2 colheres de chá de aroma de baunilha
1 pitada de sal


Juntar a farinha, o açúcar, o fermento e o sal.

Adicionar o óleo de linhaça e envolver com uma colher de pau. Juntar os restantes ingredientes, envolvendo sempre com a colher. No final, amassar um pouco com as mãos.

Formar bolinhas, que se dispõem em tabuleiros forrados com papel vegetal. Achatar com as costas de uma colher. Em alternativa, pode esticar-se a massa com o rolo e cortar com cortador de bolachas.

Levar ao forno a 180º durante 20 minutos.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Lentilhas em molho de tomate e beringela

Várias vezes me acontece olhar para o frigorífico e ter algum ingrediente, normalmente um vegetal, que está a pedir destino urgente. Mais um dia - umas horas, quiçá - e não se aguenta; e eu confesso que tenho horror a deitar comida fora. É uma angústia antiga, ligada com a ideia de desperdício, da qual não me quero ver livre, porque me é muito útil - efetivamente, a angústia aumenta a minha criatividade!

Quando vejo um vegetal quase a morrer decido que tenho que cozinhar algo. É caso de vida ou de morte (neste caso, dos espinafres)! Vou para a cozinha e invento ou experimento uma receita nova. Foi assim que saíram estas lentilhas com espinafres em molho de tomate e beringela.




Ingredientes:

130 g de lentilhas castanhas
1 molho de espinafres lavados e arranjados
5 tomates maduros
1 beringela
1/2 curgete
1 cebola
3 dentes de alho
2 folhas de louro
3 colheres de sopa de polpa de tomate
3 colheres de sopa de vinho branco
1 colher de sopa de tomilho fresco
Sal
Pimenta
Azeite


Colocar uma panela com bastante água ao lume. Juntar as lentilhas e uma colher de chá de sal grosso e deixar cozinhar.

Refogar a cebola e os alhos picados num fio de azeite, juntamente com as folhas de louro. Quando a cebola estiver dourada, adicionar a beringela e a curgete cortadas aos cubinhos. Deixar refogar alguns minutos.

Acrescentar então o tomate cortado aos cubos, a polpa de tomate e o vinho. Envolver bem, tapar e deixar cozinhar em lume brando durante 45 minutos.

Retirar as folhas de louro e triturar com a varinha mágica. Temperar com sal, pimenta e tomilho.

Escorrer as lentilhas. Juntar-lhes 600 ml de molho anterior (o restante pode usar-se noutra receita, por exemplo, numa massa com cogumelos). Picar os espinafres e juntar também. Deixar cozinhar mais 10 minutos.

Retificar os temperos e servir com arroz branco.

domingo, 16 de março de 2014

Bolo salgado de curgete, figos e coentros

Uma refeição vegetariana deliciosa, depois de uma tarde bem passada com amigos, que se prolongou, como sempre se prolongam os lanches com bom ambiente. Um vinho branco simpático a acompanhar. E todo o tempo para aproveitar a noite de sábado!

Esta receita foi-me passada por um casal de amigos franceses que vieram passar uns dias a nossa casa no outono passado; simpaticamente, ofereceram-se para fazer o jantar num dia em que eu saía tarde do trabalho, e regalaram-nos com este bolo salgado. Adorei a combinação e resolvi repetir - e partilhar a receita!




Ingredientes:

115 g de farinha de trigo integral
50 g de farinha de trigo branca
2 ovos
60 ml de azeite
60 ml de nata de soja
325 g de curgete
8 figos secos
2 colheres de sopa de coentros picados
1 colher de chá de fermento
Sal
Pimenta


Bater os ovos com o azeite; juntar a nata de soja e continuar a bater. Adicionar os figos picados em pedaços pequenos, a curgete ralada e os coentros. Misturar bem.

Acrescentar as farinhas e o fermento. Envolver com uma colher de pau. Temperar com sal e pimenta.

Colocar numa forma de bolo inglês e levar ao forno a 200º durante 40 minutos.

Servir com salada.

sábado, 15 de março de 2014

Frango com endro, batatas e alho francês

Na Dinamarca, conhecemos uma cozinha fantástica! Cativante e saborosa, a cozinha tradicional é algo pesada, mas deliciosa! Os dinamarqueses, tal como os portugueses, são um povo que come bem - ou seja, em quantidade. Não dispensam o pão à mesa (sobretudo o tradicional pão de centeio), levam a sério as batatas, confecionam pratos de carne deliciosos, têm uma reputação a manter no que toca aos pratos de peixe e apreciam bastante os vegetais, sendo o aipo, a beterraba e a couve roxa personagens principais nesta cozinha.

O prato mais típico da Dinamarca é o smØrrebrØd - as sanduíches abertas, que se encontram por todo o lado, e que podem ser servidas de várias maneiras e constituídas pelos mais diversos ingredientes. Há sites dedicados a esta especialidade - como o Danish Open Sandwiches - e há muitos restaurantes que se especializam exclusivamente nestas pequenas obras de arte gastronómica.

O Kanal Cafeen é um desses locais e foi o que escolhemos para experimentar os smØrrebrØd. Há muitos outros, mas gostámos da localização deste, junto a um dos canais, do ambiente, cheio de habitantes locais bem dispostos e em alegre convívio, e das paredes repletas de "tarecos" alusivos ao mar. Também ajudou a ementa bem interessante, cheia de coisas deliciosas por onde escolher.

Normalmente, cada pessoa come três porções, mas nós ficámo-nos por duas por pessoa, e saímos de lá a abarrotar! O pão de centeio, que já de si é bastante nutritivo, as quantidades generosas de cada ingrediente, os molhos que se devem juntar, mais os vegetais frescos, marinados ou em pickle, que acompanham cada sanduíche... digamos que é mesmo uma sanduíche muito bem servida!

Não podia deixar de provar o tradicional arenque marinado - que é o que se vê na imagem e é uma delícia absoluta -, mas também provámos um paté de fígado caseiro que era de cair para o lado; veio também um bife tártaro à dinamarquesa e uma sandes de ovo, camarão e maionese carilada. Tudo isto servido numa travessa, com muitos pratinhos com alcaparras, beterraba marinada, pickles de pepino, rabanetes e cebola frescos, remoulade, etc...

Mas não só de sanduíches se faz a cozinha dinamarquesa! O endro marca presença - é sem dúvida a erva aromática mais usada -, mas também a salsa, a salva e o estragão (a influência francesa é muito evidente), a vitela, o pato e o frango são carnes muito frequentes, as batatas cozinhadas de muitas formas, os peixes fumados e marinados, muitos tipos de folhas que formam saladas ótimas e as alcachofras vêem-se muito nos mercados, juntamente com o tupinambo.

Muitas coisas saborosas, algumas que aparecem neste frango que hoje vos trago (adaptação do New Scandinavian Cooking).






Ingredientes:

1/2 frango do campo cortado em pedaços
3 batatas grandes
2 alhos franceses inteiros
6 dentes de alho
400 ml de caldo de galinha
Sumo de 1 limão
3 colheres de sopa de endro picado
60 ml de azeite
1/2 colher de chá de raspa de limão
Sal
Pimenta


Numa taça, juntar o azeite, o sumo de limão e duas colheres de sopa de endro picado. Misturar bem e verter este molho sobre o frango. Temperar com sal e pimenta e deixar repousar.

Descascar as batatas e cortar aos cubos. Cortar os alhos franceses em pedaços de cerca de 5 centímetros, descartando apenas as pontas das folhas.

Num pirex, juntar as batatas, o alho francês e os alhos (sem descascar). Levar ao forno a 200º durante 30 minutos (mexendo a meio do tempo).

Afastar os legumes para as bordas do pirex e colocar os pedaços de frango no centro. Verter a marinada por cima e voltar a levar ao forno até a pele do frango começar a dourar, cerca de 25 minutos.

Juntar então o caldo de galinha e deixar cozer mais 30 minutos.

Salpicar com uma colher de sopa de endro picado e a raspa do limão e servir com salada.





Peixes fumados para todos os gostos




As alcachofras


Tupinambo com pastinacas ao fundo

quarta-feira, 12 de março de 2014

Hambúrgueres de feijão frade com nozes

Esta receita é uma adaptação de uma outra do One Green Planet e é uma excelente versão de hambúrguer vegetariano. Cheios de proteínas graças ao feijão frade e às nozes, fazem uma combinação fabulosa com o molho agri-doce chinês.

Participo com esta receita no passatempo de aniversário do Prazeres Saudáveis!




Ingredientes:

460 g de feijão frade cozido
50 g de miolo de noz
1 cebola pequena
1 dente de alho
1 cenoura pequena
2 colheres de sopa de coentros picados
1 colher de sopa de molho agri-doce
30 g de pão ralado (sem lactose)
Sal
Pimenta


Desfazer as nozes até ficarem em pó.

Triturar o feijão frade com a varinha mágica até obter uma pasta.

Adicionar ao feijão as nozes, a cebola e o alho picados, a cenoura ralada, os coentros, o molho agri-doce e o pão ralado. Misturar bem e temperar com sal e pimenta. Voltar a misturar.

Formar 12 hambúrgueres, que se colocam num tabuleiro forrado com papel vegetal.

Levar ao forno a 200º durante 25 minutos.

Servir com cebolas fritas e molho agri-doce.

terça-feira, 11 de março de 2014

Pão de centeio, aveia e sementes de girassol

Chegada de Copenhaga, as duas primeiras coisas que fiz na cozinha foram sopa e pão. Estes dois nunca podem faltar cá em casa - a sopa foi um creme de lentilhas, aromatizado com coentros em pó e cominhos; e o pão, inspirada pelos sabores dinamarqueses, foi este de trigo, centeio, aveia e sementes de girassol.

Os dinamarqueses levam a sério o pão (na imagem, podem ver uma banca de pão no mercado de Trovehallerne).

E devo dizer-vos que fiquei completamente apaixonada pelo pão que comi lá - desde o tradicional rugbrØd, o pão de centeio que se come de manhã à noite e que é usado como base das sanduíches abertas - ou smØrrebrØd -, típicas da gastronomia da Dinamarca (podem ver a receita aqui), até aos mais variados pães que nos foram servindo nos restaurantes, sempre confecionados com isco selvagem ou massa azeda (o chamado sourdough bread).

Como a importância do orgânico / biológico é muito forte em Copenhaga, todos os pães eram confecionados com isco, farinhas biológicas e ingredientes integrais. O que obviamente dá um sabor ao pão que é verdadeiramente especial! Lembro-me particularmente de uma noite em que fomos comer uma sopa de vegetais assados a um restaurante orgânico, o Bio Mio (ver a imagem em baixo), que por sorte ficava perto do nosso hotel no bairro de Vesterbro; eu ia com a intenção de comer apenas a sopa, mas assim que provei o pão que a acompanhava... devorei-o todo até ao fim!

Este é um restaurante que vale a pena visitar, não só pela qualidade da comida, como também pelo ambiente e pelo preço acessível (dado o nível dinamarquês, claro). Utiliza exclusivamente ingredientes biológicos, o que não parece ser complicado em Copenhaga, dado que no mercado, na zona das carnes, há uma bancada de carne biológica - só para vos dar um exemplo de como a alimentação e produção orgânica estão por todo o lado.

Mas chega de conversa, vamos à receita!




Noite do primeiro dia:

120 g de isco de trigo integral
200 g de farinha de trigo branca
205 g de água tépida

Misturar tudo numa taça de vidro. Deixar repousar tapado com um saco de plástico durante 12 horas à temperatura ambiente.


Manhã do segundo dia:

100 g de farinha de trigo integral
80 g de farinha de centeio
50 g de flocos de aveia
290 g de farinha de trigo branca
30 g de sementes de girassol + qb para polvilhar
7 g de sal fino
1 colher de sopa de mel
200 g de água tépida
Óleo de girassol


Juntar as farinhas, os flocos de aveia, as sementes de girassol e o sal. Misturar bem e abrir uma cova no meio.

À mistura do dia anterior, adicionar o mel e a água. Misturar bem e verter a mistura na cova aberta nas farinhas. Cobrir o líquido com a farinha que fica nas margens, tapar com o saco de plástico e deixar repousar 10 minutos.

Bater na batedeira profissional à velocidade 2 durante 8 minutos.

Lavar a taça de vidro usada no dia anterior e untar com óleo de girassol. Colocar a massa e dar umas voltas, de modo a que fique coberta com o óleo. Tapar com o saco de plástico e deixar levedar à temperatura ambiente 4 horas.

Dar algumas voltas à massa e dividi-la em 3 partes. Com as mãos, moldar os pães. Colocar em tabuleiros forrados com papel vegetal e salpicar com sementes de girassol.

Tapar com um pano húmido e deixar levedar mais 3 horas.

Aquecer o forno a 230º; quando o forno estiver bem quente, dar um corte nos pães com uma faca afiada e levar ao forno durante 15 minutos.

Baixar para 200º e deixar cozer durante 30 minutos. Desligar o forno e deixar o pão no interior a acabar a cozedura, durante mais 10 minutos.

Retirar do forno e deixar arrefecer antes de fatiar.



Bio Mio - sopa de vegetais, pão com sementes de abóbora 
e limonada com gengibre, menta e framboesa



RugbrØd - o famoso pão de centeio dinamarquês



Um exemplo de smorrebrØd, neste caso 
com remouladefiambre e cebolinho



segunda-feira, 10 de março de 2014

Barrinhas de caju, cacau e hortelã

Já ouviram falar do crudivorismo? Está na moda hoje em dia e basicamente é um movimento que defende que devemos comer os alimentos crus se queremos retirar o melhor do que comemos. É uma forma de alimentação vegetariana, a maior parte das vezes vegan (ou seja, dispensa todos os produtos de origem animal), que usa bastante processos como a fermentação, a desidratação e a germinação.

Eu pessoalmente nunca deixaria de comer alimentos cozinhados, tal como não pretendo deixar de comer carne ou peixe, mas estes novos movimentos despertam sempre a minha curiosidade. Por isso, resolvi experimentar estas barrinhas cruas do My Whole Food Life, e são boas! Excelentes para entrar na dieta pós-férias.





Ingredientes:

120 g de caju neutro
85 g de flocos de aveia
5 tâmaras secas
6 g de folhas de hortelã fresca
3 colheres de sopa de leite de soja (ou de aveia, para uma versão 100% crudívora)
1 colher de sopa de mel (ou geleia de agave, para uma versão vegan)
1 1/2 colher de sopa de cacau magro em pó


Triturar a aveia no moinho de café até obter farinha.

No liquidificador ou no processador de alimentos, triturar o caju. Juntar as tâmaras (sem caroço), as folhas de hortelã, o mel. Triturar até desfazer as tâmaras e a hortelã; adicionar em seguida a aveia e o leite de soja até obter uma pasta homogénea.

Finalmente, misturar o cacau. Moldar as barrinhas com as mãos (neste caso, rendeu 14 "bolachas") e dispor num prato forrado com papel vegetal. Levar ao frio pelo menos durante 1 hora.

Guardar no frigorífico numa caixa com tampa ou coberto com película aderente.

domingo, 9 de março de 2014

Rotolo de beringelas com espinafres

Não gosto da cozinha do Jamie Oliver. Sei que é uma afirmação polémica e que provavelmente vou perder alguns leitores a partir de hoje. Se calhar devia apagar este início...

Não vejo um pingo de originalidade na cozinha do Jamie Oliver. Aí têm, não só não apaguei, como ainda reforcei a ideia.

Sei que muitas pessoas adoram os seus programas, vibram com os seus livros e sonham em comer nos seus restaurantes. Eu não. Desde o início, quando folheei o primeiro livro que ele publicou, achei a sua cozinha desinteressante. Não me traz nada de novo - de inspiração mediterrânea, Jamie Oliver comporta-se como se tivesse descoberto a pólvora ao explicar que o azeite associado com a cebola e o tomate fazem uma combinação explosiva. Algo que já sabemos em Portugal e mais uma meia dúzia de países há vários séculos...

Na minha opinião, Jamie Oliver é apenas um fenómeno mediático. Mas valorizo o facto de ele usar o poder que os media lhe dão para fazer com que as pessoas cozinhem mais em casa, para mudar a alimentação nas escolas e outras causas a que ele se tem dedicado. Fantástico, palmas para ele - sem ironia.

Mas continuo a não achar graça à sua cozinha.

No entanto, há sempre exceções à regra, não é? Assim que vi uma adaptação de uma receita do último livro dele no Clavel's Cook, pensei em passar logo para outra receita; mas depois, resolvi continuar a ler o post e, com muita reticência, assumi perante mim mesma que era um prato que gostaria de experimentar. Mas eu não vou fazer uma receita do dito senhor!!!! Bom, se calhar vou. Porque a receita é boa, o Clavel's Cook é um blogue de que gosto, e porque há sempre exceções para todas as regras.

Em abono da verdade (e porque eu sou uma mulher de convicções!), é só uma "meia" exceção. Não posso deixar de dizer que o rotolo é um prato italiano, muito comum na zona da Lombardia, e que portanto, mais uma vez, não é de modo nenhum criação de Jamie Oliver. Para além disso, a receita original era de espinafres e abóbora, vegetal este que, na versão da Maria João, foi substituído por beringela. E finalmente, eu própria fiz algumas adaptações - pelo que, no meio de inspirações, adaptações e substituições, saiu um prato bastante diferente.

Mas o que interessa é que é delicioso! Por isso, resolvi partilhá-lo.




Ingredientes:

8 folhas de lasanha
2 beringelas pequenas
1 molho de espinafres frescos
1 cebola
3 dentes de alho
Sumo de meio limão
Sal
Pimenta
Noz Moscada
Azeite

Molho

1 cebola pequena
2 tomates
1 dente de alho
250 ml de polpa de tomate
100 ml de água
2 folhas de louro
1 1/2 colher de sopa de salva picada
Sal
Pimenta
Azeite


Cortar as beringelas em fatias no sentido longitudinal. Colocá-las lado a lado num tabuleiro forrado com papel vegetal.

Numa taça, juntar um fio generoso de azeite e temperar com sal, pimenta e noz moscada. Pincelar as fatias de beringela com esta mistura e levar ao forno a 220º durante 20 minutos, virando a meio do tempo. Retirar do forno e regar com o sumo de limão.

Entretanto, picar a cebola e os alhos e refogar em azeite. Quando estiverem dourados, adicionar os espinafres picados. Tapar, baixa para lume brando e deixar cozinhar até os espinafres libertarem a água.

Retirar do lume e temperar com sal e pimenta.

Para o molho, picar a cebola e o dente de alho e refogar no azeite. Juntar o tomate cortado em cubinhos e as folhas de louro. Tapar e deixar cozinhar.

Ao fim de 10 minutos, adicionar a polpa de tomate e a água. Deixar fervilhar durante mais 5 minutos. Retirar do lume e temperar com sal, pimenta e salva picada.

Verter metade do molho numa forma quadrada de ir ao forno e reservar o resto.

Colocar uma panela com água e sal a ferver. Quando estiver a borbulhar, juntar as lâminas de lasanha duas a duas e deixar cozinhar até estarem maleáveis, mas sem estarem completamente cozidas (cerca de 3 minutos). Dispor as lâminas de lasanha lado a lado numa tábua de corte.

Por cima de cada lâmina colocar uma fatia de beringela (ou duas, se forem das mais pequenas) e por cima espalhar uma colher de sopa de espinafres salteados. Enrolar, cortar os rolinhos em duas metades e dispor no molho de tomate uns ao lado dos outros.

Regar os rolinhos com a outra metade do molho de tomate. Tapar com papel de alumínio e levar ao forno a 200º durante 25 minutos. Destapar e deixar cozinhar mais 15 minutos.

Servir com uma salada.


sábado, 8 de março de 2014

Arroz de frango luso-peruano

Já aqui vos mostrei uma receita peruana de arroz de frango; desta vez, resolvi fazer uma associação de ingredientes muito comuns na gastronomia portuguesa com outros ingredientes e temperos típicos da cozinha peruana. Resultou um arroz cheio de sabor, fácil de fazer e que está na mesa em meia hora!





Ingredientes:

2 peitos de frango
1/2 chouriço
2 cebolas
3 dentes de alho
1 cenoura
280 g de abóbora
120 g de feijão verde
150 g de milho cozido
165 g de arroz carolino
1/2 cubo de caldo de galinha
4 colheres de sopa de coentros frescos picados
1 colher de chá de pasta de ají amarillo
1/2 colher de chá de pasta de ají panca
1/2 colher de chá de alho em pó
Sal
Azeite


Refogar as cebolas e os alhos picados no azeite, juntamente com o chouriço cortado aos cubinhos.

Quando a cebola estiver transparente, juntar a cenoura às rodelas, a abóbora aos cubos grandes, o feijão verde em pedaços, o milho cozido e o frango cortado em cubos. Misturar bem e adicionar o ají amarillo, o ají panca, o alho em pó, os coentros picados e uma pitada de sal.

Ir mexendo até o frango corar de todos os lados (cerca de 10 minutos em lume médio-alto). Adicionar então 500 ml de água quente. Quando a água estiver a ferver, juntar o arroz e baixar um pouco o lume. Assim que o arroz estiver cozido, servir de imediato.


sexta-feira, 7 de março de 2014

Crepes chineses vegetarianos

Cá em casa adoramos comida chinesa. Tudo o que sabe a chinês é bem vindo! E o que é que pode haver de mais chinês do que crepes? A diferença é que estes vão ao forno, em vez de serem fritos, seguindo a sugestão do Cooking Thumb (mas claro que há sempre a opção de fritar, se preferirem).

Como não tinha a massa dos crepes e não me apetecia sair para ir ao Martim Moniz (onde normalmente me abasteço deste tipo de ingredientes), resolvi fazer a massa em casa, inspirando-me numa receita do El Gran Chef, bem como o molho agri-doce. Acompanhados por uma salada, foram o nosso jantar no fim de semana, mas podem usar-se de forma mais tradicional como entrada.






Ingredientes:

160 g de couve
1 cenoura grande
1 cebola pequena
75 g de milho
2 dentes de alho
12 g de gengibre
2 colheres de sopa de coentros frescos picados
1 colher de sopa de óleo de amendoim
2 colheres de sopa de molho de soja escuro
1/2 colher de sopa de vinagre de arroz
1 colher de chá de açúcar branco
1 colher de chá de óleo de sésamo
Pimenta preta

Massa

130 g de farinha de trigo branca (sem fermento)
30 g de farinha de arroz
1 ovo
2 colheres de sopa de água fria

Molho

90 g de açúcar branco
85 ml de vinagre de vinho tinto
170 ml de água fria
50 ml de molho de soja
2 colheres de sopa de polpa de tomate
1 colher de sopa de amido de milho



Começar por preparar a massa. Juntar as farinhas numa taça de vidro e abrir um buraco no meio.

Bater o ovo com a água. Verter no buraco aberto nas farinhas. Misturar com uma colher de pau.

Quando a farinha tiver sido absorvida, continuar a amassar com as mãos durante 7 minutos, até obter uma massa lisa e flexível.

Tapar com película aderente e levar ao frigorífico algumas horas ou de um dia para o outro.

Antes de começar a confecionar os crepes, retirar a massa do frio e deixar repousar à temperatura ambiente enquanto se prepara o recheio.

Numa taça, juntar o óleo de sésamo, o molho de soja, o açúcar e uma pitada de pimenta preta. Misturar bem e reservar.

Descascar e ralar a cenoura e o gengibre. Cortar a couve em juliana. Picar os alhos e a cebola finamente.

Aquecer o óleo de amendoim num wok. Adicionar o gengibre, a cebola e o alho e saltear alguns minutos.

Quando a cebola estiver dourada, juntar a cenoura, a couve e o milho. Refogar durante 10 minutos. Acrescentar então o molho que se reservou.

Mexendo sempre, refogar em lume médio-alto durante 4 minutos, até o líquido evaporar.

Numa taça, juntar uma colher de chá de farinha com uma colher de sopa de água. Esta mistura servirá para selar os crepes.

Esticar a massa que entretanto se retirou do frio com o rolo até obter uma espessura bem fina.

Cortar 8 quadrados de mais ou menos 25 centímetros de largura, que se tapam com um pano húmido.

Colocar na bancada um quadrado com uma das pontas para baixo. Colocar uma colher de sopa de recheio na parte inferior do quadrado, enrolando a ponta que está para baixo por cima do recheio. Fechar os lados e fazer o recheio rolar sobre si próprio até ao fim (para se perceber melhor o processo, pode ver-se as imagens aqui).

Pincelar com um pouco de "cola" para selar. Colocar o crepe num tabuleiro forrado com papel vegetal.

Repetir o processo para os restantes crepes.

Levar ao forno a 220º durante 25 minutos.

Entretanto, prepara-se o molho, juntando todos os ingredientes numa panela anti-aderente. Levar ao lume, mexendo sempre, até espessar. Retirar do lume, colocar numa taça e deixar arrefecer.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Salada de batata à dinamarquesa

Uma receita clássica da cozinha dinamarquesa, é o acompanhamento do dia-a-dia que vai bem com tudo e é também uma ótima salada para servir numa festa. Os dinamarquesas levam a sério as suas batatas, por isso elas são omnipresentes na gastronomia deste país!

A receita vem do site Danishnet e apenas sofreu ligeiras adaptações.




Ingredientes:

1 ovo
450 g de batatas pequenas
70 g de aipo
1 colher de sopa de cebola picada
1/2 pepino
50 ml de nata de soja
1 colher de sopa de vinagre de vinho tinto
1 colher de chá de mostarda à antiga
80 g de maionese
1 colher de chá de sumo de limão
1 colher de sopa de salsa picada
Sal
Pimenta


Descascar e cozer as batatas inteiras. Cozer o ovo até a gema estar completamente cozida (cerca de 7 minutos).

Deixar arrefecer as batatas e o ovo. Quando estiverem completamente frios, cortar em pedaços.

Juntar o aipo cortado em rodelas, a cebola picada e o pepino cortado em cubinhos.

Numa taça, misturar a nata, o vinagre, a mostarda, sal e pimenta. Adicionar à mistura anterior e deixar repousar 20 minutos.

Juntar então a maionese e o sumo de limão. Envolver bem e deixar no frio pelo menos uma hora, tapado com película aderente, ou mesmo de uma dia para o outro.

No momento de servir, retificar os temperos, se necessário, e salpicar com salsa picada.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Hummous de batata doce

Adoro hummous, adoro batata doce e estou sempre em busca de receitas diferentes. Como é que podia passar por esta receita do The Fitchen sem a experimentar? Faz um dip bastante simpático, servido com vegetais crus ou tostinhas.





Ingredientes:

1 batata doce
1/2 colher de sopa de tahini (pasta de sésamo)
1 colher de sopa de azeite
3 colheres de sopa de sumo de limão
1 colher de chá de paprika picante
Sal
Pimentão doce para polvilhar


Cozer a batata doce aos pedaços em água com um pouco de sal (ou a vapor). Quando estiver cozida, escorrer bem a água.

Colocar a batata no liquidificador, juntar o sumo de limão, o azeite, o tahini, a paprika e uma pitada de sal. Triturar até obter uma mistura homogénea.

Colocar numa taça e provar; acrescentar mais sal ou mais sumo de limão, a gosto. Deixar arrefecer.

No momento de servir, polvilhar com pimentão doce.

terça-feira, 4 de março de 2014

Galettes bretonnes ou crepes salgados

Nunca publiquei aqui uma receita de pequeno-almoço, porque normalmente os nossos pequenos almoços são simples - fruta, pão feito em casa, uma fatia de fiambre, chá verde, e no final um café. Ao fim de semana, passamos para algo mais elaborado - acrescentamos um oeuf à la coque ao cardápio ou às vezes optamos por um brunch mais composto, mas sempre com coisas que já estejam feitas do dia anterior ou que não levem muito tempo a confecionar.

No domingo de manhã foi diferente - levantei-me uma meia hora mais cedo para experimentar esta receita do Marmiton que me tinha ficado debaixo de olho. E foi aprovada como uma verdadeira galette bretonne!

Também é excelente para um almoço mais ligeiro - e não se deixem enganar! Parece pouca quantidade, mas é bastante consistente! Pode fazer-se na versão tradicional, com farinha de trigo sarraceno, ou então substituir por farinha de trigo.





Ingredientes:

180 g de farinha de trigo sarraceno (ou120 g de farinha de trigo integral + 60 g de farinha de trigo branca)
5 g de sal fino
320 ml de água fria
4 ovos
4 fatias de fiambre cortado fino
Óleo de amendoim qb


Juntar a farinha e o sal. Misturar bem.

Envolver uma colher de sopa de óleo de amendoim na farinha. Ir misturando pouco a pouco a água, batendo com uma vara de arames para desfazer os grumos, até obter uma massa bastante líquida.

Pincelar uma frigideira anti-aderente com óleo e colocar uma concha de sopa mal cheia de massa. Rodar a frigideira, de modo a que a massa cubra todo o fundo. Deixar cozer até começar a formar bolhas e virar. Deixar cozer 30 segundos do lado oposto.

Colocar no centro uma fatia de fiambre e por cima abrir um ovo. Fechar de imediato as margens do crepe, como se vê na imagem, para não deixar escapar a clara do ovo.

Baixar para lume brando e tapar, cozinhando alguns minutos até a clara estar branca. Passar para um prato e reservar, mantendo quente.

Voltar a subir o lume e repetir o processo para os restantes ingredientes (rende quatro galettes).



Aqui em versão de trigo




domingo, 2 de março de 2014

Esparguete com salmão fumado e molho de manjericão

Neste site, encontrei uma receita que decidi adaptar - faz-se num instante e é deliciosa! Raramente publico receitas de massa, porque as massas que faço me parecem sempre tão simples que nem vale a pena partilhar. De certeza que toda a gente faz massas muito parecidas!

Mas esta, achei-a original o suficiente para ser publicada. Visualmente, penso que funcionaria melhor com esparguete normal, porque o verde do molho teria mais realce; mas cá em casa só comemos esparguete integral, portanto foi assim que saiu.





Ingredientes:

200 g de esparguete integral
100 g de salmão fumado
40 g de manjericão fresco
150 ml de nata de soja
100 ml de leite de soja
1 dente de alho
1 colher de sopa de sumo de limão
Sal
Pimenta preta


Pôr a ferver água com sal para a massa.

Colocar no liquificador o manjericão, o dente de alho descascado, a nata e o leite de soja. Acrescentar uma pitada de sal e uma pitada de pimenta. Triturar tudo até obter um molho verde.

Cozer o esparguete na água até estar al dente.

Levar o molho ao lume numa frigideira grande. Quando começar a borbulhar, juntar a massa escorrida e envolver bem, durante 1 minuto. Adicionar o salmão cortado aos pedaços e deixar fervilhar mais 30 segundos.

Retirar do lume e adicionar o sumo de limão. Temperar com sal e bastante pimenta e servir imediatamente.
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